É bem verdade que o outono de 2024, especialmente no RS, apresentou-nos grandes desafios. Em nosso estado, na metade desta estação, a população deparou-se com uma tragédia climática sem precedentes na História do Brasil. Fomos fortemente atingidos por enchentes em inúmeras cidades, o que afetou, de alguma forma, em torno de dois milhões e meio de gaúchos e mais de doze mil animais.
As inundações chegaram em pleno outono; estação esta que não trouxe consigo apenas chuvas intensas, as quais provocaram o estado de calamidade no qual se encontra o RS. Junto a ela, especialmente no finalzinho de maio e durante o início de junho, veio o frio intenso e o aumento de doenças, tanto as causadas pelas enchentes como também as respiratórias e oculares.
Outono e Saúde dos Olhos
No outono, além do clima frio e seco característico da estação, há diminuição da luminosidade, e isso pode afetar de maneira significativa nossa saúde ocular. É comum surgirem doenças nos olhos nesta época do ano. Fato este que se agrava se pensarmos nas consequências que podem advir das inundações, como as que atingiram o Rio Grande do Sul.

Entre as doenças oculares mais comuns desta época estão as alergias oculares, a conjuntivite e a síndrome do olho seco, por exemplo. Somam-se a elas as adquiridas pelo contato direto com as águas contaminadas, como as infecções e inflamações oculares.
Alergias oculares
Das primeiras doenças que podem surgir no outono, as alergias oculares ganham destaque, pois são bastante comuns nesta época do ano. Isso porque, por meio do aumento da umidade, do acúmulo de folhas secas e da poeira no ar, os olhos podem ficar irritados e vermelhos, gerando coceira e lacrimejamento. Além disso, outro fator que os prejudica são os ácaros, uma das suas principais causas.
Para prevenir alergias oculares, é importante manter a casa limpa e livre de poeira e ácaros. Além disso, deve-se evitar o contato com substâncias que possam causá-las, assim como o pólen e o mofo. Também é importante não permanecer em locais com muita umidade. Situações que serão bastante comuns durante a limpeza das áreas atingidas pelas cheias.
Para tratá-las e ajudar a aliviar a irritação e a coceira nos olhos, geralmente é indicado o uso de colírios lubrificantes.
Conjuntivites
Outra doença ocular bastante comum no outono é a conjuntivite. Situações como mudanças climáticas, poluições do ar e da água (como a das inundações) aumentam o risco de irritações oculares, que podem levar ao seu desenvolvimento. Entre suas causas estão vírus, bactérias, alergias ou irritações.

Para tratar a conjuntivite bacteriana normalmente são usadas medicações como colírios com antibióticos. Porém, para o tipo viral, a recomendação costuma ser sempre estar atento à higiene dos olhos, uma vez que não há medicamentos específicos para este caso.
Por ser de fácil transmissão, é importante adotar formas de preveni-la, especialmente no outono. Para isso, deve-se lavar as mãos regularmente e evitar o contato direto com pessoas que apresentem sintomas da doença. Também não se deve compartilhar toalhas e outros objetos pessoais.
Síndrome do olho seco
A síndrome do olho seco é “figurinha batida” no outono. Entre suas causas estão a baixa umidade e o uso excessivo de aquecedores, os quais podem causar a evaporação da camada lacrimal e gerar sintomas como vermelhidão, irritação e sensação de areia nos olhos.
O clima mais frio da estação faz com que as pessoas permaneçam por mais tempo em ambientes fechados, geralmente com ar-condicionado, lareiras ou aquecedores ligados. Fatores estes que contribuem para o ressecamento ocular. Não podemos esquecer de citar outro fator que desencadeia o olho seco, o uso excessivo de telas digitais.

Como forma de prevenção da síndrome do olho seco, é fundamental manter os olhos hidratados e lubrificados, especialmente quando o uso da tecnologia é inevitável por um bom tempo. Além disso, deve-se beber bastante água, usar umidificadores e evitar o uso excessivo de aquecedores. O uso de colírios lubrificantes alivia os sintomas da condição.
Estas são algumas das doenças oculares que costumam aparecer durante o outono. Porém, nesta estação, também pode haver risco de desenvolver outras condições que afetem a saúde ocular. Certamente, no Rio Grande do Sul, após a retomada do cotidiano das pessoas, por meio das limpezas de casas, estabelecimentos comerciais, ruas, etc. haverá um aumento significativo de algumas dessas condições. Por isso, a melhor maneira de se prevenir ainda é manter a regularidade do acompanhamento oftalmológico.
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