O mês de junho é dedicado à campanha “Junho Violeta”, que foi criada pela Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SOB), com o intuito de conscientizar a população sobre o Ceratocone, os avanços no seu diagnóstico e a importância do acompanhamento e tratamento da doença.
Entre os motivos da cor violeta está o fato de que, quando o inverno se aproxima no hemisfério sul e o verão no hemisfério norte, há uma convergência curiosa entre dois elementos aparentemente distantes: a condição ocular conhecida como ceratocone e a cor violeta.
Essa conexão, que à primeira vista pode parecer fortuita, revela-se profundamente simbólica e até terapêutica para aqueles que enfrentam desafios de saúde visual. Que tal tentarmos entender o porquê disso?
O ceratocone: uma curva na visão.
O ceratocone é uma doença ocular progressiva e não inflamatória que afeta a córnea, a camada transparente na parte frontal do olho. Nesta condição, ela gradualmente se torna mais fina e assume uma forma cônica irregular, em vez de uma curva suave. Como resultado, gera visão embaçada, distorção visual e sensibilidade à luz, impactando significativamente a qualidade de vida dos afetados.
Pelo menos uma a cada 2 mil pessoas no Brasil, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), são acometidas pela condição. Uma meta análise que incluiu mais de 50 milhões de indivíduos de 15 países, publicada na revista Córnea em 2019 por Hashemi e colaboradores, determinou que a prevalência global de ceratocone é de 138 casos a cada 100.000 pessoas ou 0,138%.
A doença geralmente se manifesta inicialmente em adolescentes e adultos jovens, entre os 10 e 25 anos de idade. Costuma afetar os dois olhos, causando importantes alterações na visão e exigindo frequentes mudanças na prescrição de óculos ou lentes de contato.
Entre os fatores que podem causar o ceratocone estão:
- histórico familiar da condição;
- tendência a desenvolver diversos tipos de alergia;
- tendência a esfregar bastante os olhos;
- pálpebras caídas;
- determinados distúrbios do tecido conjuntivo como, por exemplo, síndrome de Ehlers-Danlos, síndrome de Marfan e osteogênese imperfeita;
- síndrome de Down;
- distúrbios que são aparentes no nascimento e causam visão deficiente, por exemplo, a retinopatia de prematuridade e falta de uma íris no olho;
- apneia obstrutiva do sono.
A cor violeta: significados e símbolos.
Simultaneamente, o mês de junho é associado à cor violeta, que carrega uma rica tapeçaria de significados simbólicos. Tradicionalmente, o violeta é visto como uma cor de transformação espiritual, criatividade, intuição e sabedoria.
Em um contexto mais prático, o violeta também é frequentemente associado à consciência de várias causas, como a violência doméstica e a conscientização sobre a fibromialgia. Essa cor não apenas destaca a importância de questões muitas vezes negligenciadas, mas também incentiva a empatia e a solidariedade.
A conexão inesperada entre a cor violeta e o ceratocone
A interseção entre o ceratocone e a cor violeta pode parecer inicialmente arbitrária, sem relação lógica. No entanto, ao explorar mais profundamente essa fusão, é possível perceber uma ligação que vai além do acaso: ambos – cor e doença ocular – envolvem uma jornada de transformação e superação.
Para aqueles que vivenciam a condição ocular, a cor violeta pode oferecer um simbolismo de esperança e renovação. É um lembrete de que, assim como a cor define um espectro mais amplo de possibilidades, além do que é visível à primeira vista, também existem soluções e recursos disponíveis para enfrentar os desafios oculares.
Além disso, o violeta pode ser entendido como uma âncora emocional, proporcionando conforto durante momentos de incerteza ou dificuldade. A cor incentiva a introspecção e a aceitação, elementos cruciais na jornada de adaptação ao ceratocone e seu tratamento.
Encontrando o significado na união
À medida que contemplamos a conexão entre o ceratocone e a cor violeta em junho, somos lembrados da complexidade e da beleza da condição humana. A vida, como a visão, pode ser multifacetada e imprevisível. Enquanto enfrentamos desafios pessoais, é essencial buscar significado e apoio onde quer que possamos encontrá-los.
Assim, a cor violeta de junho não é apenas um reflexo da estação, mas um lembrete poderoso de que mesmo nos momentos de incerteza, há espaço para crescimento, cura e descoberta. Para muitos indivíduos diagnosticados com ceratocone, a jornada pode ser desafiadora. Desde o diagnóstico inicial até as adaptações necessárias no estilo de vida e as opções de tratamento, como lentes de contato especiais, implante de anel corneano, crosslinking ou, em casos mais severos, transplante de córnea, cada passo requer coragem e perseverança.
Nesse sentido, vale destacar a importância das consultas regulares ao oftalmologista, especialmente se o paciente se encaixa em uma das possibilidades que podem causar a condição. As chances de reverter o quadro são maiores se o tratamento iniciar tão logo haja o diagnóstico da doença.
Vamos cuidar disso juntos?
Com anos de experiência, meu foco é ajudar os pacientes a VEREM o mundo da melhor maneira possível por meio de tratamentos modernos e de acordo com cada particularidade. Vamos agendar uma consulta e entender como podemos cuidar da sua saúde?
