O movimento Outubro Rosa tem como principal objetivo conscientizar a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, a fim de aumentar as chances de tratamento e cura. Este é um dos tipos mais comuns de cânceres entre as mulheres.
Felizmente, com o avanço das pesquisas, os recursos terapêuticos estão se tornando cada vez mais eficazes. No entanto, embora os tratamentos como quimioterapia, radioterapia e terapia hormonal sejam essenciais para combater a doença, eles podem provocar diversos efeitos colaterais, incluindo alterações oculares.
O Outubro Rosa , nesse sentido, não apenas promove a conscientização sobre o câncer de mama, mas também nos lembra da importância de cuidar de todos os aspectos da saúde, inclusive a ocular, durante essa jornada em busca da cura.
Outubro Rosa alerta sobre alterações oculares provocadas pelos tratamentos do câncer de mama
Os olhos são órgãos sensíveis, e os tratamentos para o câncer de mama podem desencadear uma série de problemas oculares, desde irritações leves até condições mais sérias.
1 – Quimioterapia
A quimioterapia, que utiliza substâncias químicas para destruir células cancerígenas, é uma das formas mais comuns de tratar o câncer de mama. No entanto, além de atacar as células cancerígenas, esses medicamentos também afetam células saudáveis, incluindo aquelas presentes nos olhos.
Entre os efeitos colaterais da quimioterapia na saúde dos olhos estão:
Olho seco: um dos efeitos colaterais mais comuns da quimioterapia é o desenvolvimento da síndrome do olho seco. Isso ocorre pela toxicidade da medicação nas mucosas em geral, resultando na diminuição da lágrima. A falta de lubrificação nos olhos pode causar desconforto, coceira, sensação de ardência e até visão embaçada. Para aliviar esse sintoma, é comum o uso de colírios lubrificantes, anti-inflamatórios tópicos, oclusão de pontos lacrimais para reduzir a drenagem da lágrima, uso de suplementos como Ômega 3, entre outras medidas.
Catarata: a catarata, que é a opacificação do cristalino do olho, também pode ser um efeito tardio da quimioterapia, especialmente em tratamentos prolongados. Embora seja uma condição reversível com cirurgia, pode comprometer a qualidade de vida durante o tratamento.
2 – Terapia Hormonal
A terapia hormonal é uma abordagem que visa bloquear ou reduzir o efeito dos hormônios femininos, especialmente o estrogênio, que podem alimentar o crescimento de certos tipos de câncer de mama. Este tratamento também pode trazer efeitos colaterais para os olhos. Entre eles:
Alterações na retina: medicamentos como o tamoxifeno, frequentemente usados na terapia hormonal, podem causar mudanças no tecido retiniano. A toxicidade desta medicação pode resultar em um acúmulo de cristais na retina, levando à visão distorcida ou embaçada. Se não for detectada precocemente, essa condição pode causar danos permanentes à visão;
Síndrome de olho seco: assim como na quimioterapia, a terapia hormonal pode reduzir a produção de lágrimas, exacerbando a síndrome do olho seco. Além disso, o desequilíbrio hormonal também pode tornar as membranas mucosas dos olhos mais suscetíveis à irritação e inflamação.
3 – Radioterapia
A radioterapia, que usa radiação para destruir células cancerosas, pode causar danos colaterais aos tecidos circundantes, incluindo os olhos. Quando o tratamento é direcionado para a região do tórax, há um risco menor de efeitos colaterais oculares. No entanto, em alguns casos, pode ocorrer:
Ceratite actínica: a exposição à radiação pode causar uma inflamação na córnea, chamada ceratite actínica, que pode levar à dor ocular, fotofobia (sensibilidade à luz) e visão embaçada. Esse efeito é mais comum quando a radioterapia é aplicada na região da cabeça e pescoço, mas pode ocorrer em tratamentos próximos ao tórax, dependendo da dosagem e localização;
Telangiectasia conjuntival: a radiação pode causar a dilatação de pequenos vasos sanguíneos na conjuntiva (membrana que cobre o olho), resultando em telangiectasia conjuntival. Embora essa condição não afete diretamente a visão, pode causar desconforto e vermelhidão nos olhos.
4 – Imunoterapia
A imunoterapia é um tratamento mais recente que ajuda o sistema imunológico a combater o câncer, mas que também pode ter efeitos colaterais nos olhos. Embora estes sejam menos comuns em comparação com a quimioterapia e a radioterapia, alguns pacientes relatam inflamação ocular e uveíte (inflamação na camada média do olho), que podem causar dor e distúrbios visuais.
Cuidados preventivos e tratamentos possíveis
É essencial que as pacientes em tratamento para o câncer de mama mantenham um acompanhamento regular com um oftalmologista. Consultas periódicas podem ajudar a detectar precocemente qualquer alteração ocular e a tratar os sintomas antes que eles se tornem problemas graves.
O uso de lágrimas artificiais, colírios anti-inflamatórios e óculos de proteção em ambientes com vento ou ar condicionado podem ajudar a aliviar os sintomas de olho seco, por exemplo. Já em casos mais graves, tratamentos específicos como cirurgia de catarata ou procedimentos para tratar lesões retinianas podem ser necessários.
Não se pode negar que os tratamentos para o câncer de mama têm evoluído significativamente na última década, oferecendo melhores prognósticos para as pacientes. No entanto, é importante estar ciente dos possíveis efeitos colaterais que possam ocorrer, incluindo aqueles que afetam os olhos.
De qualquer maneira, com acompanhamento médico adequado e cuidados preventivos, muitas das complicações oculares provocadas pelos tratamentos do câncer de mama podem ser controladas ou revertidas, permitindo que as pacientes tenham uma melhor qualidade de vida durante e após o tratamento.
Vamos cuidar disso juntos?
Com anos de experiência, meu foco é ajudar os pacientes a VEREM o mundo da melhor maneira possível por meio de tratamentos modernos e de acordo com cada particularidade. Vamos agendar uma consulta e entender como podemos cuidar da sua saúde?
