Transplante de córnea

Lamelares e Penetrantes

Sobre

O transplante de córnea é uma técnica conhecida e que permite a volta da qualidade de vida para muitos pacientes. Isso porque diversos problemas na córnea podem resultar na perda gradual da visão, tornando algumas atividades da rotina complicadas e/ou impraticáveis.

Por isso, o transplante de córnea pode ser um procedimento capaz de reverter esse quadro. O transplante de córnea evoluiu nas últimas décadas e foram desenvolvidas as técnicas lamelares, superiores ao transplante penetrante (PK). 

Todos os transplantes são feitos ambulatorialmente, o paciente vai para casa no mesmo dia. A anestesia é por bloqueio peribulbar com sedação, assim o paciente não sente dor e não percebe o procedimento.

Transplante Lamelares

É realizada a troca de apenas uma parte da córnea, não precisando realizar a troca de toda a estrutura ocular. Nesse procedimento, são preservadas as camadas ainda saudáveis, sendo menos invasivo em comparação ao PK. Os lamelares têm a enorme vantagem de não necessitarem do uso prolongado de colírios com corticóide  para evitar rejeição como acontece no PK. Com isso, complicações induzidas pelo corticóide como catarata e glaucoma são menos frequentes. 

Existem diferentes técnicas de transplantes lamelares, dependendo da patologia. 

Dalk

O DALK (Deep Anterior Lamellar Keratoplasty – Cetatoplastia Anterior Lamelar Profunda) é o método utilizado quando há necessidade de troca total do estroma (camada média da córnea) mas não da camada de Descemet e endotélio (camada interior). É feito em patologias como as ectasias de córnea (Ceratocone, Degeneração Marginal Pelúcida, Cetatoglobo, Ectasia pós-cirurgia Refrativa), Distrofias anteriores da córnea (mais comumente Reis-Buckler, Lattice, Granular, Macular), cicatrizes pós trauma ou infecções. 

Por preservar o endotélio saudável do paciente, o risco de rejeição é muito menor e a sobrevida média é muito maior, sendo de 17 anos no PK e 49 anos no DALK.

O pós-operatório não costuma ser doloroso e a recuperação da visão será gradual, entretanto nos primeiros dias já se percebe uma melhora significativa. São feitos em torno de 16 pontos na córnea que serão lentamente removidos, conforme o grau de astigmatismo induzido, com o passar dos meses e anos. O paciente deverá faze revisões frequentes e usar colírios para evitar infecção e rejeição e para lubrificação, conforme a orientação médica.

Dmek

Já o DMEK (Descemet Membrane Endothelial Keratoplasty – Ceratoplastia da Membrana de Descemet e Endotelial) ou DSAEK (Descemet’s Stripping Automated Endothelial Keratoplasty – Ceratoplastia por remoção automatizada da Descemet e Endotélio) é o método indicado para tratar doenças que atingem apenas o endotélio, sem ser necessário alterar a estrutura do estroma. Destas, o DMEK é a técnica mais avançada, com melhores resultados de visão.

É a técnica de escolha para as Ceratopatias Bolhosas Pseudofácicas (perda do endotélio após cirurgias intra oculares como de catarata), distrofias posteriores da córnea como Distrofia de Fuchs e outras que acometem a camada posterior.

O pós-operatório não costuma ser doloroso e a recuperação da visão será gradual, entretanto nos primeiros dias já se percebe uma melhora significativa. E a vantagem em relação ao PK é a rápida recuperação da visão, uma vez que não são dados pontos na córnea e também a menor chance de complicações como rejeição. A probabilidade de sofrer um episódio de rejeição inicial durante os dois primeiros anos após o enxerto é de 1% para DMEK, 18% para transplante penetrante.

Além disso, o risco de abertura ocular e perda do transplante e da visão, se trauma é inexistente após um DMEK e alto após PK. Os riscos de complicações relacionadas aos pontos como ruptura inadvertida, alto astigmatismo, infecção e inflamação na incisão, são inexistentes. Os riscos de rejeição epitelial e estromal também inexistem uma vez que são mantidas estas camadas do receptor.

O paciente deverá usar colírios para evitar infecção e rejeição e para lubrificação, conforme a orientação médica.

Transplante Penetrante (PK)

Essa é a técnica mais antiga, em que toda a espessura dos 7 a 8 mm centrais  córnea é substituída. Existem situações em que o transplante penetrante se faz necessário. Doenças que acometem toda a córnea, provocando opacidade de toda a espessura como ceratocone muito avançado com hidropsia prévia (ruptura da Descemet), cicatrizes induzidas por infecções e traumas, necessitam troca de todo o tecido para reabilitação visual. 

Isso faz com que haja mais riscos no trans-operatório e no pós-operatório e maior possibilidade de rejeição, assim como maior necessidade de uso prolongado de colírios com corticóide ou imunomoduladores para evitar a rejeição. 

A sobrevida da córnea é menor no PK em relação aos transplantes lamelares. Entretanto,  com o acompanhamento correto e cuidados médicos adequados, é possível garantir que essas complicações sejam contornadas.

Período de recuperação

A recuperação depende do procedimento realizado, sendo muito mais fácil nos transplantes lamelares do que no PK. As principais indicações para garantir um bom pós-operatório são:

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