Certamente, a visão nítida em todas as distâncias é essencial para a qualidade de vida, especialmente com o avanço da idade. Porém, quando a presbiopia, também conhecida como “”vista cansada”, se instala, muitas pessoas enfrentam o dilema entre optar por cirurgia no cristalino, com a inserção de lente intraocular trifocal, ou usar óculos para perto com lentes trifocais.
Uma porcentagem cada vez maior de pacientes com presbiopia tem optado pela cirurgia, uma vez que o procedimento pode promover independência total ou quase total dos óculos e lentes de contato. Ainda que o implante de lente intraocular tenha um custo relativamente elevado, os óculos multifocais são também onerosos e necessitam de trocas frequentes, bem como as lentes de contato.
Vale lembrar que todos os métodos têm vantagens e desvantagens, e a escolha depende das necessidades visuais, estilo de vida e saúde ocular do paciente. Neste texto, vamos explorar cada uma das possibilidades com a intenção de ajudá-lo na tomada de decisão.
Cirurgia no cristalino com lente intraocular trifocal ou de foco estendido
A cirurgia de substituição do cristalino por uma lente intraocular (LIO) trifocal ou de foco estendido para correção da presbiopia é uma opção avançada para quem deseja reduzir ou eliminar a dependência de óculos. Embora essa técnica frequentemente esteja associada à cirurgia de catarata, também pode ser realizada em pacientes com presbiopia, com cristalino transparente e 55 anos de idade, que buscam correção visual definitiva.
Este tipo de cirurgia tem ganhado popularidade, especialmente em pacientes dependentes de óculos para todas as distâncias. No entanto, ainda não é o procedimento mais comum para essa condição. Apesar disso, é importante destacar que nos casos combinados com catarata o procedimento tem uma taxa de realização maior, com satisfação em torno de 90%, quando bem indicada.
Vantagens da cirurgia no cristalino:
- Independência de óculos e de lentes de contato: muitos pacientes alcançam visão clara para perto, intermediária e longe, sem necessidade de correção adicional;
- Correção permanente: ao contrário dos óculos que necessitam atualizações frequentes, as lentes intraoculares não precisam ser trocadas. Duram para toda a vida e não requerem substituição.
- Economia em gastos com os óculos e lentes de contato: o investimento na cirurgia é único, diferente dos custos com óculos e lentes de contato e com produtos de manutenção das lentes.
- Menos risco relacionado ao mau uso das lentes de contato: dormir de lentes de contato, não trocar no prazo correto, não higienizar as lentes e o estojo corretamente e usar água da torneira são fatores de risco para graves infecções de córnea com alto risco de perda visual.
- Prevenção da catarata: como o cristalino natural é removido, o paciente não desenvolverá catarata no futuro.

Desvantagens do procedimento:
- Custo: a cirurgia em geral é coberta por planos de saúde, entretanto as lentes de tecnologia avançada não são cobertas pelos planos;
- Adaptação: alguns pacientes podem levar semanas para se acostumar com as novas lentes, podendo experimentar halos noturnos ou glare, porém são sintomas que quando percebidos, ocorrem mais comumente à noite.
- Risco cirúrgico:
A cirurgia de catarata é considerada um procedimento seguro e eficaz, com altas taxas de satisfação e recuperação visual, mas não está isenta de riscos, que podem ser intraoperatórios ou pós-operatórios. As complicações graves são raras, mas incluem:
• Ruptura da cápsula posterior com prolapso vítreo (1–5%), o que pode aumentar o risco de endoftalmite, edema macular e descolamento de retina. Em geral associado à inexperiência do cirurgião ou a casos de cirurgias em olhos com catarata complexa.
• Endoftalmite infecciosa, uma complicação potencialmente devastadora, ocorre em aproximadamente 0,13–0,16% dos casos, com risco aumentado em pacientes mais idosos, comorbidades sistêmicas e histórico de cirurgia ocular prévia.
• Edema macular cistóide, geralmente transitório, ocorre em cerca de 0,8% dos pacientes nos primeiros três meses após a cirurgia, podendo causar visão borrada temporária.
• Opacificação da cápsula posterior (PCO), a complicação tardia mais comum, com incidência de 6–19% em cinco anos, tratada com capsulotomia a laser.
• Descolamento de retina, com incidência variando de 0,26% a 4%, especialmente em pacientes jovens, do sexo masculino, com miopia alta, ruptura capsular ou perda vítrea.
• Hemorragia suprachoroidal, rara (<0,2%), mas potencialmente grave, associada a fatores de risco como miopia, glaucoma, diabetes e doenças vasculares.
• Edema corneano persistente, mais frequente em pacientes com comorbidades como distrofias endoteliais como córnea guttata.
• Deslocamento ou instabilidade da lente intraocular (LIO), mais comum em olhos com miopia alta, alterações zonulares ou complicações intraoperatórias.
• Aumento transitório da pressão intraocular, especialmente em pacientes com glaucoma ou predisposição.
Fatores de risco para complicações incluem idade avançada, presença de comorbidades sistêmicas (diabetes, insuficiência renal, insuficiência cardíaca, doenças reumáticas), miopia alta, cirurgia ocular prévia, e condições oculares pré-existentes. A maioria das complicações é manejável com tratamento adequado, e a incidência de perda visual permanente é baixa.
Óculos para perto com lentes multifocais
Os óculos com lentes trifocais são uma solução não invasiva para a presbiopia, oferecendo três campos de visão em uma única lente: perto (leitura), intermediário (computador) e longe (dirigir).
Vantagens do uso de óculos:
- Não invasivo: não requer cirurgia, sendo ideal para quem tem receio de procedimentos oculares;
- Ajustável: as lentes podem ser trocadas ou atualizadas conforme a mudança na prescrição;
- Menor custo inicial: comparado à cirurgia, os óculos têm um investimento inicial mais baixo.
- Sem riscos cirúrgicos: não há possibilidade de complicações pós-operatórias.
Desvantagens do uso de óculos:
- Dependência dos óculos: o paciente ainda precisará usá-los para enxergar bem em todas as distâncias;
- Período de adaptação: algumas pessoas sentem dificuldade com as linhas de transição das lentes trifocais;
- Limitações em atividades esportivas ou noturnas: os óculos podem ser menos práticos que a visão corrigida cirurgicamente.
- Necessidade de trocas frequentes e alto valor.
Então qual a melhor opção?

A decisão entre realizar a cirurgia no cristalino e usar óculos depende de vários fatores:
- Idade e saúde ocular: pacientes mais jovens com presbiopia podem preferir óculos, enquanto quem tem catarata ou deseja independência de correção visual pode optar pela cirurgia;
- Estilo de vida: quem pratica esportes ou dirige à noite pode se beneficiar mais da LIO trifocal ou de foco estendido.
O fato é que tanto a cirurgia de lente intraocular quanto os óculos com lentes multifocais são soluções eficazes para a presbiopia! Enquanto a primeira oferece liberdade das armações oculares e das lentes de contato, os óculos são uma alternativa segura e ajustável.
No entanto, seja qual for a escolha, o ideal é consultar um oftalmologista para avaliar qual método melhor se adapta às suas necessidades visuais e ao seu estilo de vida.
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