HOMENS OU MULHERES: QUEM SOFRE MAIS ALTERAÇÕES OCULARES? 

Símbolos dos gêneros masculino (azul) e feminino (rosa).

Sabe-se que as alterações oculares podem afetar tanto homens quanto mulheres. No entanto, existem diferenças importantes entre os dois grupos devido a fatores anatômicos, hormonais, genéticos e ambientais. Estes aspectos servem de análise para identificar quem está mais predisposto a apresentar problemas visuais em diferentes contextos.

Diferenças anatômicas e hormonais entre homens e mulheres

A anatomia ocular não apresenta grandes diferenças entre os sexos, mas os hormônios desempenham um papel significativo na saúde ocular, especialmente nas mulheres. 

Durante a vida, as mulheres passam por várias fases de mudanças hormonais – menstruação, gravidez, menopausa – que podem impactar a saúde dos olhos. As flutuações hormonais, por exemplo, podem afetar a produção da camada aquosa do filme lacrimal, aumentando a prevalência da Síndrome do Olho Seco em mulheres, particularmente após a menopausa, devido à redução dos níveis de estrogênio e andrógenos.

Jovem casal de turistas, feliz, passeia pelas ruas de uma cidade. Ela veste vestido amarelo e chapéu claro e ele, uma bermuda verde água e uma camiseta branca.

Já nos homens, embora o impacto hormonal não seja tão evidente, outros fatores podem contribuir para o risco de doenças oculares. Exemplo disso é o fato de sua maior exposição a atividades e esportes ao ar livre sem a proteção adequada, o que potencialmente os leva a maior exposição aos raios UV e ao risco de desenvolver condições como Catarata e Pterígio.

Doenças oculares e sua prevalência por sexo 

De uma maneira geral, as doenças oculares podem atingir tanto homens quanto mulheres. Porém, algumas condições oculares são mais comuns para o sexo feminino, enquanto outras afetam mais o sexo masculino. 

Doenças mais comuns em mulheres: 

Mulher jovem, ruiva, com cabelos encaracolados e longos, vestindo uma camiseta listrada de vermelho e branco e uma calça jeans, está em atitude pensativa.
  • Síndrome do Olho Seco: a prevalência dessa condição é significativamente maior em mulheres mais jovens e idosas. Para as primeiras, qualquer tarefa visual intensiva, como ler um livro, olhar televisor ou a tela do computador, excessivamente, faz com que se pisque com menos frequência, causando esforço visual e, consequentemente, olho seco. Já na pós-menopausa, por exemplo, a síndrome ocorre em uma taxa duas vezes maior, principalmente devido às mudanças hormonais associadas ao envelhecimento e à menopausa;
  • Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI): embora a DMRI esteja ligada ao envelhecimento das pessoas, mulheres são mais frequentemente afetadas, possivelmente devido a maior longevidade e aos fatores hormonais próprios do gênero; 
  • Glaucoma de Ângulo Fechado: este tipo de glaucoma é mais comum no sexo feminino devido à sua anatomia ocular. As mulheres têm profundidade de câmara anterior mais rasa e comprimento axial mais curto, e largura de ângulo mais estreita em comparação aos homens em todas as faixas etárias. Os estudos realizados apontam que elas têm aproximadamente três vezes mais risco de desenvolver glaucoma agudo de ângulo fechado em comparação aos homens; 
  • Catarata: embora a catarata afete ambos os sexos, algumas evidências sugerem que a incidência é ligeiramente maior em mulheres, provavelmente devido a fatores hormonais e maior exposição cumulativa a alterações metabólicas associadas ao envelhecimento. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que cerca de 40% das mulheres acima dos 60 anos sofrem de catarata, contra 29,4% dos homens na mesma faixa etária.

Doenças mais comuns em homens: 

Jovem bonito, empreendedor, usando óculos de grau e vestindo camisa branca com pulôver verde em atitude pensativa sobre o assunto: Homens ou Mulheres: quem tem mais doenças oculares?
  • Retinopatia Diabética: embora o diabetes em si não tenha diferença significativa entre os sexos, estudos indicam que os homens podem apresentar maior risco de desenvolver retinopatia diabética, talvez devido a menor adesão aos tratamentos ou ao acompanhamento médico. Em pacientes com Diabetes Mellitus tipo 1, com mais do que 10 anos de duração da condição, a prevalência de RD é cerca de 30% superior em homens quando comparada à observada em mulheres. Também, para quem tem o tipo 2 de diabetes, a perda visual grave é maior nos homens do que nas mulheres (12,1% versus 6,8%); 
  • Descolamento de Retina: embora seja comum a ambos, em homens o descolamento de retina costuma ser mais frequente, possivelmente devido a sua maior participação em atividades que envolvem traumas oculares, como em atividades esportivas mais intensas; 
  • Glaucoma de Ângulo Aberto: estudos mostram que homens podem ter uma prevalência ligeiramente maior desse tipo de glaucoma, associado a fatores genéticos e ambientais. Dados apontaram que a população masculina tem 36% mais probabilidade de ter GPAA em comparação à população feminina. Essa disparidade, descrita pela primeira vez no estudo de Rotterdam em 1994,  mostrou a prevalência desta condição em 1,1% na população em geral, com homens tendo três vezes mais probabilidade de desenvolvê-la em comparação às mulheres; 
  • Doenças Relacionadas à Exposição Solar: condições como Pterígio e Catarata Cortical podem ser mais comuns em homens devido à maior exposição aos raios UV em ocupações externas. 

Impactos do estilo de vida e fatores ambientais 

O estilo de vida e os fatores ambientais também desempenham um papel importante nas diferenças de alterações oculares entre homens e mulheres. Eles, por exemplo, costumam estar mais expostos a riscos ocupacionais, como traumas oculares, poeira e substâncias químicas, em atividades como construção, agricultura e indústrias pesadas, por exemplo.  Isso aumenta o risco de lesões e infecções oculares.

Por outro lado, as mulheres tendem a usar mais frequentemente cosméticos e lentes de contato, o que pode aumentar o risco de Blefarites, Conjuntivites e Ceratites, especialmente se as práticas de higiene não forem adequadas. Além disso, em algumas culturas, as mulheres têm menos acesso a cuidados de saúde ocular, o que pode agravar doenças tratáveis.

Considerações genéticas 

Casal jovem e bonito, de braços cruzados r de costas um pro outro, sorriem. Ela, com cabelos loiros e longos, veste uma blusa rosa. Ele, loiro com cabelo curto e barba rala, veste uma blusa branca.

Doenças genéticas também apresentam padrões diferentes entre os sexos. Algumas condições hereditárias, como a Distrofia de Cones e Bastonetes, podem afetar igualmente homens e mulheres, enquanto outras, como o Daltonismo, são mais comuns em homens devido à ligação do gene ao cromossomo X.

Embora ambos os sexos possam apresentar alterações oculares significativas ao longo da vida, as mulheres são mais propensas a determinadas condições, como Olho Seco e DMRI, enquanto os homens têm maior prevalência de traumas oculares, descolamento de retina e doenças relacionadas à exposição solar.  As diferenças decorrem de uma combinação de fatores biológicos, ambientais e comportamentais. 

Por isso, é fundamental que tanto homens quanto mulheres adotem medidas preventivas, como consultas oftalmológicas regulares, uso de proteção ocular e atenção a fatores de risco específicos para minimizar as chances de alterações oculares que possam prejudicar sua acuidade visual.

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