MIOPIA E HIPERMETROPIA: COMPREENDENDO OS DISTÚRBIOS VISUAIS MAIS COMUNS.

Mão desfocada segurando um par de óculos de grau frente ao painel de teste visual . Através das lentes dos óculos enxerga-se algumas letras aumentadas, enquanto as que estão fora da lente são desfocadas.

Certamente, a visão é um dos sentidos mais importantes para os seres humanos, e qualquer alteração na capacidade de enxergar pode afetar significativamente a qualidade de vida. Sendo assim, existem várias condições que podem comprometer a saúde visual, das mais complexas às mais simples. Entre os distúrbios visuais mais comuns estão a miopia e a hipermetropia. Tais erros refrativos, embora frequentemente confundidos, têm características distintas e impactam de maneiras diferentes a saúde dos olhos.

Miopia – a “visão curta”

A miopia é uma condição na qual os objetos próximos são vistos claramente, enquanto os distantes aparecem embaçados. Este é um erro refracional multifatorial, causado pelo desenvolvimento desordenado de várias partes do globo ocular durante o processo de emetropização, que é afetado pelo ambiente e pela genética.

O problema ocorre porque a luz que entra no olho se concentra em um ponto à frente da retina, em vez de diretamente sobre ela. Isso geralmente se deve a um globo ocular mais longo do que o normal ou a uma curvatura excessiva da córnea. 

Linda jovem, bronzeada e com olhos azuis, usa um par de óculos de grau preto. A miopia é um erro refrativo bastante comum em jovens.

Há estudos que prevêem que entre 4,8 e 5 bilhões de pessoas terão miopia e 20% delas terão alta miopia em 2050. Isso significa que 50% das crianças se tornarão míopes 30 anos depois. E, no caso delas, a condição gera impacto significativo na educação, na atividade física, no desenvolvimento psicológico e nas possibilidades de empregos futuros. 

Além disso, a miopia precoce desenvolvida na infância, acompanhada de altas taxas de progressão, traz maiores chances de as crianças serem altos míopes e, por consequência, maior risco de desenvolver glaucoma, catarata, degeneração macular miópica, descolamento de retina e neovascularização de coroide. Doenças estas que podem levar à perda visual irreversível.

Sintomas e Diagnóstico: os principais sintomas da miopia incluem dificuldade para enxergar objetos distantes, como sinais de trânsito, quadros em salas de aula ou telas de televisão. Algumas pessoas também podem experimentar dores de cabeça e fadiga ocular devido ao esforço para ver claramente. O diagnóstico é feito por meio de um exame oftalmológico completo, no qual o oftalmologista utiliza instrumentos específicos para medir a refração da luz no olho.

Tratamento: o tratamento mais comum para a miopia inclui o uso de óculos ou lentes de contato que ajudam a redirecionar a luz para a retina. Em alguns casos, procedimentos cirúrgicos como a cirurgia refrativa a laser como PRK, LASIK, Femto-LASIK e Smile podem ser considerados para corrigir permanentemente a curvatura da córnea. Existe ainda a opção de implantes de lentes intraoculares fácicas para altas miopias. 

Hipermetropia – a “visão longa” 

A hipermetropia é uma condição em que os objetos distantes são vistos com mais clareza do que os próximos – o oposto da miopia. Ela é resultante da incongruência entre a potência das dioptrias oculares e a longitude axial do olho. Os raios procedentes do infinito (paralelos) apresentam o seu foco atrás da retina, quando o olho está em repouso.

Em outras palavras, este problema ocorre quando a luz que entra no olho se concentra em um ponto atrás da retina. Isso pode ser devido a um globo ocular mais curto do que o normal ou a uma curvatura insuficiente da córnea. A hipermetropia é uma ametropia bastante frequente, acomete cerca de 55% da população.

Jovem negro, com barba e cabelos escuros, vestindo camiseta amarela, segura os óculos de grau redondos frente aos olhos tentando focar a tarefa em seu notebook. Expressão de dificuldade visual.

Sintomas e Diagnóstico: os sintomas da hipermetropia incluem visão embaçada de perto, dificuldade para ler ou realizar trabalhos detalhados, dores de cabeça e fadiga ocular, especialmente após longos períodos de esforço visual. O diagnóstico também é realizado por meio de um exame oftalmológico, no qual o profissional avalia a capacidade do olho de focar a luz corretamente.

Tratamento: assim como na miopia, o tratamento para hipermetropia geralmente envolve o uso de óculos ou lentes de contato. As lentes corretivas ajudam a focar a luz diretamente na retina. E para aqueles que preferem uma solução permanente, a cirurgia refrativa a laser ou implante de lentes intra-oculares em casos de alto grau pode ser uma opção.

Diferenças e semelhanças entre miopia e hipermetropia

Embora miopia e hipermetropia afetem a visão de maneiras opostas, ambas são causadas por problemas na forma do olho e na maneira como a luz é focada na retina. Ambas as condições podem ser diagnosticadas por meio de exames oftalmológicos e tratadas com métodos semelhantes, como óculos, lentes de contato ou cirurgia.

Uma diferença importante entre as duas condições é a faixa etária em que geralmente se manifestam. A miopia costuma ser diagnosticada na infância ou adolescência, enquanto a hipermetropia pode ser identificada em qualquer idade. Esta última, apesar de ser uma condição normal na infância, quando em baixo grau, é mais comum entre adultos mais velhos. Além disso, pode ser associada a uma condição relacionada chamada presbiopia, que é a dificuldade de focar objetos próximos devido ao envelhecimento do cristalino do olho.

Quais são os métodos de prevenção e os cuidados? 

Embora não seja possível prevenir completamente a miopia ou a hipermetropia, certos cuidados podem ajudar a manter a saúde ocular.

Sabe-se que a miopia tem como principal fator de risco a genética. Se ambos os pais forem míopes aumenta em 7 vezes a chance do filho ser míope. E se ambos tiverem mais de 3 graus, a chance do filho ser alto míope (acima de 6 graus) é muito alta. Além da genética, etnia asiática, alta escolaridade, pouco tempo de atividade ao ar livre e muito tempo de atividade para perto são fatores de risco.

Família composta por mãe, pai e filho, negros, que usam óculos de grau. A genética é uma das causas da miopia.

Portanto, medidas como proibir o uso de dispositivos eletrônicos em crianças até 2 anos de idade e limitar o tempo de uso em crianças acima de 2 anos e de adolescentes são importantes no controle da miopia. A exposição à luz natural cerca de 2 a 3 horas ao  dia é preconizada para prevenir o aparecimento e progressão da miopia em crianças e adolescentes. A intensidade da luz natural tem papel fundamental na regulação do crescimento ocular pela liberação do hormônio dopamina. 

Não podemos deixar de lembrar a importância das visitas regulares ao oftalmologista. Elas são fundamentais para a detecção precoce e o tratamento adequado de quaisquer problemas visuais. O acompanhamento contínuo pode ajudar a ajustar prescrições de lentes e monitorar quaisquer mudanças na saúde ocular ao longo do tempo.

Portanto, a miopia e a hipermetropia são condições comuns que afetam milhões de pessoas em todo o mundo. Compreender as diferenças entre essas duas condições e as opções de tratamento disponíveis é essencial para manter a saúde visual e garantir uma boa qualidade de vida. Com o diagnóstico e o tratamento adequados, é possível gerenciar eficazmente esses distúrbios visuais e desfrutar de uma visão clara e confortável.

Vamos cuidar disso juntos?   

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