Embora a catarata não seja um tema tão desconhecido , ainda gera inúmeras dúvidas entre as pessoas. Pode-se dizer que, em razão desse certo desconhecimento sobre o assunto, surgiram muitos mitos. Sendo assim, é fundamental que se esclareçam as verdades acerca desta doença ocular, à qual se deve estar atento para poder revertê-la a tempo.
O que é catarata?
A catarata é uma lesão ocular, congênita ou adquirida, que provoca a perda de transparência do cristalino, a lente natural do olho situada atrás da íris. Se não tratada, pode levar à perda da visão. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a patologia é responsável por 47,8% dos casos de cegueira tratável no mundo, acometendo principalmente a população idosa (entre 55 e 65 anos). O envelhecimento é a causa mais comum do surgimento da doença.
No Brasil, uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com uma rede internacional sobre as doenças comuns ao envelhecimento, revela que do total de 56,1 milhões de brasileiros com 50 anos ou mais, 14 milhões (25%) têm catarata. Porém, os pesquisadores apontam que esse índice aumenta entre a população dos que têm de 65 a 75 anos (47%) e, mais ainda, após os 80 anos (73%).
Esclarecendo mitos e verdades sobre a catarata
1. A catarata acomete apenas os idosos.
Este é um dos principais enganos! Não, a catarata não acomete apenas os idosos, ainda que ela seja mais frequente em pessoas com mais de 60 anos (catarata senil). A doença também pode surgir a partir de outras causas, não apenas devido ao envelhecimento.
Quando se manifesta em recém-nascidos, por exemplo, é conhecida como catarata congênita, e se ela surge até os 10 anos de idade : catarata infantil ou juvenil. Normalmente, nestes casos, a causa está relacionada a doenças como rubéola e toxoplasmose durante a gestação.
Outros tipos de catarata são: a traumática, relacionada a lesões oculares causadas por traumas como acidentes ou pancadas fortes, e a secundária, a qual se origina de outras enfermidades, como uveítes (inflamações intraoculares). Entretanto, o uso excessivo de determinadas medicações também pode levar ao seu surgimento.
2. A catarata é uma doença hereditária.
Sim, a patologia pode ser considerada hereditária se estivermos considerando a catarata congênita, já que ela tem origem ainda na infância, conforme descrito anteriormente. Porém, não, se estivermos falando sobre catarata senil, pois este tipo surge em razão do próprio envelhecimento do cristalino. Vale destacar, entretanto, que as características hereditárias podem acelerar o processo de opacificação do cristalino!
3. Existe cura para a catarata.
Verdade! Felizmente, a deficiência visual causada pela opacificação do cristalino pode ser revertida com tratamento cirúrgico, no qual a lente natural opaca é removida e substituída por uma lente artificial transparente, chamada de lente intraocular.
4. A catarata pode ser curada com o uso de colírios.
O uso de colírios não possibilita a cura da catarata. Somente a cirurgia é capaz de revertê-la; este é o único tratamento eficaz. O procedimento consiste na remoção do cristalino opaco e sua substituição por uma lente intraocular (LIO).
Atualmente, esta é a cirurgia mais realizada na oftalmologia e foi uma das técnicas cirúrgicas que mais evoluiu nas últimas décadas. O procedimento cirúrgico é considerado simples e rápido. Geralmente, o paciente pode retornar ao trabalho em 24 horas, ainda que a recuperação total ocorra em uma semana.
5. É possível operar os dois olhos no mesmo dia.
Ainda que a evolução tecnológica na área de oftalmologia permita a realização do procedimento nos dois olhos no mesmo dia, a recomendação costuma ser a de que se dê um intervalo de tempo entre uma intervenção e outra. Este período será determinado pelo cirurgião ocular.
6. Atualmente a cirurgia de catarata é realizada com ultrassom, mas alguns passos podem ser feitos a laser.
Verdade! A técnica moderna é realizada por ultrassom, podendo ou não o laser de femtossegundo ser usado para alguns passos da cirurgia, como fazer as incisões, retirar uma parte da membrana que envolve o cristalino e fragmentar a catarata. Porém, a aspiração dos fragmentos será realizada com o facoemulsificador por meio do uso de ultrassom e vácuo. Sabe-se que em termos de resultados visuais, ambas as técnicas se equiparam.
7. Deve-se esperar a catarata “amadurecer” para realizar a cirurgia.
O entendimento atual, com o advento da facoemulsificação, é o de que a cirurgia seja realizada tão logo a catarata interfira nas atividades cotidianas do paciente. Não é necessário esperar que o cristalino esteja em um estado muito avançado, pois a rigidez do mesmo poderá dificultar sua aspiração. Porém, no caso da catarata congênita, a realização precoce do procedimento permitirá melhor desenvolvimento visual da criança.
8. A cirurgia de catarata permite o abandono dos óculos.
A maior parte dos pacientes não necessita do uso de óculos após a cirurgia de catarata. No entanto, pode haver necessidade de utilização de óculos para a realização de determinadas atividades. Além disso, características pessoais, oculares e das lentes intraoculares recomendadas para cada situação interferirão na maior ou menor independência dos óculos.
9. Só há um tipo de lente intraocular.
Não há apenas um tipo de lente intraocular. Existe uma grande variedade de lentes intraoculares. As que costumam ser utilizadas no procedimento podem ser de materiais diversos, como silicone e acrílico e, ainda, podem contar com um filtro de luz azul para proteger os olhos de quem costuma trabalhar com computadores ou usa muito os celulares.
Importante ressaltar que as lentes intraoculares são diferentes das lentes de contato, que têm como objetivo corrigir astigmatismo, hipermetropia e miopia.
10. É possível prevenir a Catarata.
Não há como evitar o envelhecimento do cristalino com o passar da idade. Entretanto, pode-se retardar o aparecimento da catarata desde que se mantenha bons hábitos ao longo da vida. Não fumar, manter uma dieta balanceada, proteger os olhos dos raios UV e cuidar da saúde do organismo em geral são algumas atitudes preventivas.
Saber os mitos e verdades sobre a catarata ocular é essencial para prevenir a desinformação e garantir um diagnóstico e tratamento adequado. Compreender esses pontos ajuda na conscientização sobre os sintomas, fatores de risco e a importância da avaliação oftalmológica regular para manter a saúde dos olhos.
Vamos cuidar disso juntos?
Com anos de experiência, meu foco é ajudar os pacientes a VEREM o mundo da melhor maneira possível por meio de tratamentos modernos e de acordo com cada particularidade. Vamos agendar uma consulta e entender como podemos cuidar da sua saúde?
