Para garantir a segurança e eficácia de muitos procedimentos, é fundamental seguir todas as recomendações pré-operatórias. Nisso se inclui, algumas vezes, a suspensão de certas medicações que podem interferir no processo de cicatrização ou aumentar os riscos. No caso da cirurgia refrativa – que corrige erros de refração – um desses medicamentos é a isotretinoína, mais conhecida pelo nome comercial Roacutan.
Este artigo tem por finalidade esclarecer algumas dúvidas relacionadas ao uso continuado do Roacutan e sua interferência no processo de cicatrização da córnea após cirurgias refrativas.
O que é o Roacutan?
O Roacutan (isotretinoína) é um medicamento derivado da vitamina A, amplamente utilizado no tratamento da acne grave e rosácea, especialmente quando há resistência a outros tratamentos. Ele atua reduzindo a produção de sebo pelas glândulas sebáceas, promovendo uma melhora significativa. No entanto, seu uso está associado a diversos efeitos colaterais, incluindo ressecamento da pele e mucosas, alterações hepáticas e, mais relevantemente para a cirurgia refrativa, alterações na cicatrização da córnea.
Por que parar o Roacutan antes da cirurgia refrativa?
A principal preocupação com o uso da isotretinoína no período perioperatório está relacionada ao seu potencial de interferir na cicatrização da córnea. A cirurgia refrativa, seja LASIK, PRK ou outra técnica, envolve a modificação da estrutura da córnea para corrigir o erro refrativo – miopia, hipermetropia, astigmatismo, presbiopia. Para que essa correção seja estável e segura, é essencial que o processo de cicatrização ocorra de forma adequada.

Quais são os riscos associados ao uso continuado da medicação?
Alguns riscos estão associados ao uso do Roacutan antes da realização de cirurgia refrativa. Entre eles se incluem:
- Atraso na cicatrização: a isotretinoína pode retardar o processo de cicatrização, aumentando o risco de complicações como infecções, opacidades cicatriciais ou irregularidades na superfície corneal.
- Maior sensibilidade à luz e secura ocular: o Roacutan já causa ressecamento das mucosas como efeito colateral comum. Associado à cirurgia refrativa, que também pode causar olho seco temporário, o desconforto pós-operatório pode ser exacerbado;
- Risco de ceratite: há relatos na literatura médica sugerindo que a isotretinoína pode aumentar o risco de ceratite (inflamação da córnea), especialmente em pacientes submetidos a procedimentos que envolvem manipulação corneal.
Quanto tempo antes da cirurgia devo suspender o Roacutan?
A recomendação geral é a de que o Roacutan seja suspenso pelo menos 6 meses antes da realização da cirurgia refrativa. Esse período é baseado no tempo necessário para que o medicamento seja completamente eliminado do organismo e para que a função normal das glândulas sebáceas e o processo de cicatrização sejam restaurados.
Alguns médicos podem sugerir um intervalo menor, como 3 meses, dependendo da dose utilizada e da resposta individual do paciente. No entanto, a suspensão por 6 meses é a mais segura e amplamente aceita.
Quando posso retomar o uso do Roacutan após a cirurgia?
Assim como no pré-operatório, é importante aguardar até que a cicatrização esteja completa antes de retomar a isotretinoína.
Por fim, vale lembrar que a suspensão do Roacutan, antes da cirurgia refrativa, é uma medida essencial para minimizar riscos e garantir uma recuperação adequada. O ideal é discutir com seu oftalmologista e, se necessário, também com o dermatologista, o melhor momento para interromper e retomar o tratamento, sempre priorizando a segurança ocular. Certamente, seguir essas orientações ajudará a alcançar os melhores resultados visuais e a evitar complicações indesejadas.

Contudo, dados clínicos de um estudo multicêntrico publicado no American J. Ophthalmology por Julio Ortega-Usobiaga et al, em agosto de 2018, sugere que, em pacientes selecionados, a realização de LASIK ou PRK durante o uso de isotretinoína pode ser segura e eficaz, sem aumento significativo de complicações. A decisão deve ser individualizada, considerando fatores de risco para olho seco, avaliação oftalmológica prévia detalhada e discussão dos potenciais riscos com o paciente.
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